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Férias de fornicação
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Férias de fornicação

e outras murmurações de um moralista

(Autor)

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Convicção cristã diante dos desafios contemporâneos.

Férias de fornicação e outras murmurações de um moralista reúne artigos escritos por Tiago Cavaco no jornal português Observador. Com sua habitual verve provocativa e raciocínio sagaz, Tiago explora temas ligados à religião e à análise social e de costumes.

Nos últimos anos, Tiago Cavaco credenciou-se como voz evangélica no diálogo com a sociedade portuguesa, dividida entre a tradição católica e a intelligentsia secular. Nesse caldo cultural complexo, Tiago propõe caminhos para que os evangélicos, seja em Portugal, seja no Brasil, enfrentem com ousadia os desafios próprios de nosso tempo.

ISBN: 9786559882052
Produtor: Mundo Cristão
Código de produto: 9786559882052
Código de barras: 9786559882052
Dimensões: 140 x 210 x 11 mm
Peso: 0.200kg
Número de páginas: 192
Língua: Português

Conteúdo do livro

A prosa do Tiago é assim: rebelde e desconcertante porque feita contra a falsa rebeldia e a falsa originalidade. No fundo, contra a "mediocridade da multidão".

João Pereira Coutinho

Capítulo de amostra



Quis escrever um livro chamado Férias de fornicação acerca de como a juventude privilegiada e rica de Lisboa estoura devassamente o dinheiro dos pais em férias delinquentes no litoral da província portuguesa do Alentejo. Fracassei. O máximo que consegui foi uma crônica com o mesmo título, a que abre esta coleção. Parte considerável dos textos que escrevo no Observador corresponde a fracassos semelhantes.

Se olhar dessa perspectiva, esta coleção de crônicas também é um cemitério dos livros que sonho escrever mas não sou capaz. Falta-me a capacidade de transformar um instinto numa tese consistente, um rasgo momentâneo numa obra completa, um pressentimento numa paixão consumada. Como chama o vilão do Apocalypto do Mel Gibson ao herói do filme, sou um “Quase”.

Também é disso que gosto nas crônicas. Podendo ser quases, elas vão embora antes do tempo, e têm impacto até quando não houve a oportunidade de lhes tirar as impressões digitais. Não estou a dizer que é isso que as minhas conseguem, mas é, sem dúvida, a isso que elas aspiram. Prefiro mil vezes deixar no ar uma ideia mal defendida do que iludir-me com a eficácia de convencer alguém.

Assumo que o fato de usar esta dicotomia, de pôr de um lado a provocação rápida e do outro a persuasão rigorosa, demonstra o trabalho diário que me ocupa além destas crônicas: sou um pastor evangélico. Como pastor evangélico tenho de, pelo menos, tentar aparentar que a persuasão rigorosa é o meu trabalho. Mas a verdade é que, quanto mais artigos escrevo, mais encontro um campo estranhamente comum aos meus sermões semanais. Vou tentar explicar.

Como pregador, sou um moralista profissional. Sou pago para mostrar moral, defender moral, incutir moral ao povo que me dá o salário. Tenho-me apercebido da imensa vantagem que daí vem. Afinal, moralizar é um instinto inato a qualquer pessoa e eu ganho dinheiro para fazer o que a maioria faz sem receber tostão. Por causa disso, aperfeiçoo-me profissionalmente onde a multidão é amadora.

Acresce o fato de, apesar de todos sermos moralistas, haver hoje a tendência dominante de o negarmos. Como passou a ficar mal assumir que se crê numa moral (como se uma pessoa, para não querer desperdiçar os recursos naturais do planeta, dissesse que ia passar a poupar o seu consumo de oxigênio), a arte de moralizar anda em negação, só a tornando mais onipresente e absurda. Nunca somos tão moralistas como quando o negamos.

Imaginem por isso o privilégio imenso que tenho de, sem qualquer remorso, escrever textos moralistas no maior jornal on-line português. Neles, pratico sem culpa o mesmo tipo de argumento que tantas vezes desenvolvo nos meus sermões. Há crônicas até que, na prática, são versões alternativas das minhas pregações. Sou um moralista remunerado no púlpito e posso ser um moralista remunerado na imprensa. Há vidas boas.
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Tiago Cavaco
Tiago Cavaco(Autor)

É formado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e pastor da Igreja da Lapa, em Lisboa. Trabalhou dez anos em televisão, colabora com a revista Ler, mantém desde 2003 o blog Voz do Deserto. É autor de Cuidado com o Alemão, Seis sermões contra a preguiça e Ter fé na cidade, publicados por Vida Nova.


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